11Milhões de casos de cancro da pele são diagnosticados todos os anos, no mundo inteiro, afectando uma em cada cinco pessoas durante as suas vidas. O principal factor de risco é a exposição aos raios UV do Sol, mas o consumo de alcool parece também ter algum impacto. Mas a maioria dos cancros associados ao consumo de alcool (elemento que contribui bastante para a acidificação do organismo) são do sistema digestivo, desde o cancro da boca, cancro da garganta, do estómago, fígado e cólon. Qual a relação com o cancro da pele?

Num estudo que envolveu cerca de 300.000 norte-americanos, descobriu-se que o beber alcool de forma excessiva, estava associado a maior taxa de incidência de queimaduras da pele. Talvez porque este excesso de alcool, para além da extrema acidificação do organismo, gera uma quantidade maciça de radicais livres que acabam por consumir os antioxidantes que protegem a pele do Sol.

As plantas conseguem produzir o seu próprio sistema de protecção contra a agressão oxidativa do Sol, e nós podemos apropriar-nos desses protectores comendo-as. As plantas, estão cheias de antioxidantes e sais minerais alcalinizantes.

Um outro estudo, tentou perceber se de facto a ingestão de plantas e/ou frutas tem algum efeito protector.

20 mulheres voluntárias, foram sujeitas a queimaduras na pele das nádegas, com recurso a uma lâmpada UV. Antes e depois da exposição, metade das mulheres comeram, durante três meses, três colheres de sopa de pasta de tomate. Resultado: menor dano e melhor recuperação nas mulheres que comeram o tomate.

Se comermos bastantes alimentos ricos em antioxidantes e alcalinizantes, nos meses que antecedem a época balnear, estaremos a fornecer uma maior capacidade protectora à pele, podendo reduzir os efeitos das queimaduras solares. Será como ter um protector solar “imbutido” na pele.

Não será tão poderoso como um creme protector, mas como durante a nossa vida, a maior parte da exposição aos UV ocorre quando a pele não está protegida, a opção por alimentos com propriedades protectoras, poderá ser benéfica.

Um exemplo: 8 minutos após uma pessoa consumir 3 shots de vodka, a capacidade antioxidante dos carotenóides tem uma queda significativa.

Assim foi demonstrado neste estudo, onde os voluntários foram expostos a uma lâmpada UV. O intervalo de tempo entre exposição e a pele começar a ficar vermelha, era significativamente menor após ter sido consumido alcoól comparado com a não ingestão de alcoól.

No que toca a frutas, as laranjas não mostraram ter grande efeito protector. Um pouco melhor que as bananas. Mas os frutos silvestres como framboesas, mirtilhos, morangos (altamente ricos em antioxidantes e minerais alcalinizantes) tiveram os melhores resultados em termos de efeito protector.

Sem dúvida que uma dieta à base de frutas e vegetais, ricos em antioxidantes e minerais alcalinizantes, deverá ser a opção certa para a prevenção de cancro da pele.

Por Francisco Mourão Corrêa
(investigador em alcalinidade)