13Nota: Partilhamos esta notícia de um relatório publicado pela ONU, onde é recomendado reduzir o consumo de carne por forma a diminuir o impacto no meio-ambiente. Só a produção de carne e produtos lácteos, representam 70% do consumo mundial de água. A Alkaline Care aposta numa alimentação vegetariana por motivos de saúde, éticos e de sustentabilidade ambiental.
Uma alteração global para uma dieta composta por mais produtos de origem vegetal, e menos de origem animal, é a recomendação deste relatório das Nações Unidas, por forma a evitar, a médio/longo prazo, os efeitos do empobrecimento, da pobreza energética e os efeitos das alterações climáticas.
O relatório, realizado pela United Nations Environment Programme’s (UNEP), calcula que a população mundial em 2050, alcance os 9.000 milhões de pessoas, pelo que a preferência do mundo ocidental por uma dieta rica em carne e produtos lácteos, é absolutamente insustentável.
Diz ainda, literalmente que “é esperado um impacto substancial sobre a agricultura, devido ao crescimento do consumo de produtos de origem animal, entre a população. Ao contrário dos combustíveis fósseis, é difícil encontrar alternativas: as pessoas têm de comer. Uma redução neste impacto só será possível com uma alteração substancial da dieta, em todo o mundo, que se afaste dos produtos de origem animal.
A agricultura, em particular a carne e produtos lácteos, representa 70% do consumo mundial de água doce, 38% da utilização da terra e 14% das emissões de gases com efeito de estufa, refere o estudo, mostrando que a obtenção dos produtos de origem animal causa mais danos ao meio ambiente, que a produção de materiais de construção, como a areia e o cimento. O transporte, significa 13% do total das emissões de CO2, a indústria 19% e o fornecimento de energia 26%.
O estudo identifica a agricultura e o consumo de alimentos como dois dos agentes mais importantes de pressão ambiental, especialmente no que toca a alterações de habitat (ao ocupar e destruir inúmeros ecossistemas), alterações climatéricas, utilização da água e emissões tóxicas, uma vez que muitas das culturas dedicam-se à alimentação de animais e não há produção de alimentos de origem vegetal. Em 2050, segundo o relatório, entre 40 a 50% da cultura global de cereais será destinada à alimentação animal. Comparados com os processos industriais, os processos agro-pecuários têm uma baixa eficiência no uso dos seus recursos, especialmente na produção animal, uma vez que é atribuída ao metabolismo do animal, o que constitui um factor limitante.
Segundo o relatório, tanto as emissões de gases, como a utilização da terra, na produção de alimentos, estão relacionados com a dieta. A produção agro-pecuária, destinada a satisfazer uma dieta com produtos de origem animal, requer, em geral, mais recursos e produz mais emissões do que a destinada a dietas alternativas, baseadas no consumo de vegetais. No entanto, o estudo adverte que o consumo de fruta e vegetais que não sejam da época, mas cultivados em estufas, congelados e transportados por avião, também causam uma maior quantidade de emissões.
Um aumento do bem-estar, implica um aumento do consumo de alimentos, basicamente de proteína animal, pelo que os hábitos nutricionais dos países ricos, tendem a provocar um maior impacto ambiental nos países pobres. Se a isto se juntar o esperado aumento populacional para 2050, a situação pode, na opinião dos autores do estudo, tornar-se insustentável.
Fonte: LaVanguardia ; UNEP